sábado, 6 de junho de 2009

Tempo

São visgos murchos pairando às margens,
São pessoas sem horizonte, sem destino,
São eternos vagantes com dias contados,
Esperando a morte sob o sol vespertino.

São papéis amarelados pelo tempo,
São fotografias já sem importância,
São paisagens lindas em momentos
Até perderem sua efêmera fragrância.

São ventos de tornados breves,
São ondas que arrebatam e voltam,
Desatinam até ficarem leves,
Desaparecem e não se demoram.

São almas arrependidas,
Por um tempo que já passou,
Já não vale mais tão a pena,
Viver semi-mártir sob tanta dor.

Vem-lhe o tempo do último desatino,
A guiá-lo sob a superfície,
Sente-se o enlameado de lágrimas,
Soterrando seu suspiro de vida.

(2008)

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