domingo, 25 de dezembro de 2011

Momentâneo

Agonia de estar em seus braços
Confortável celebrar
Sobre teu peito a ilusão infinita
Alegria de talvez estar

Como haveria de ser, e é
Sonho de dois minutos
Ergueu-me da ponta do pé
O corpo limpo e enxuto

Curvado aos pés de Minerva,
Meu grito ressurge mudo
Cantiga de paz que enerva;
Remove o temor de tudo

[...]

Abre minhas asas desnudo
Mudo desejo e sorriso
Antes de saber teu nome
Atiro e erro, impreciso.

[...]

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pintura

Scandiante Fus Fe
Como fostes?
Se por bem não livre
Contágio

Amniótico Sabia
Antes de nascer
Aonde foi destruída
sua identidade.

Empório linfático
de tornar evidente
e sujar de paixão

Uma pequena imagem
Ontem
Celebrando a cor.

9-11-(2011)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Leveza

O tempo corre
Estala em compassos
de gotas calibradas.

Propõe o sino
O momento certo de entrar
Há quem não o atenda - hesitante
Promulga o direito a julgar

O vento está furioso - e não é sempre
Como em todas as originalidades latentes,
Deu a ignição, contente
Dever de um dia acordar.

Pontuações badalam síncopes
Em nossos corações (engolidos)
A tragédia de existir pequeno
À luz do espaço infinito.

O tempo corre - denso:
É o que me faz lamentar...
O som da morte outra vez
Assombra o meu caminhar.

x
8-11-(2011)

A Vela

O céu adquire tons de lilás quando passo
No limiar do sonho
O sol equilibra e é cristalino
Cheiro alegre de aço.

Irmãs, levantem-se, há
Corpo novo para carregar
Todo céu que cai é pequeno
Firmamento cansou de firmar.

Luz acende, trêmula, é de vela
Parafina, lenta, despertar.

x
8-11-(2011)

domingo, 18 de setembro de 2011

A Despedida

Eu que sempre pensei haver alguém
Estou refém de um sentimento
Pra nunca mais falar de amor, também
Agora que ele se vai lento

Temo a falta de um amor mais que a morte
Não haverá de vir se não por sorte
O sol pra mim, a opaca lua
A agulha que me aponta ao norte

Pra eu suportar toda a mágoa que seu cheiro me traz
E os receios de ter que andar pra trás
Quando eu tinha no seu sorriso a certeza de um passo

Não é erro pra mim desejar
Mas é vício, eu não posso negar

E é cruel demais esse amar.

19-09-2011

Meu Samba de Olhos Vermelhos

Eu me enfeito --- que eu sou feito de ser
Eu me enfeito pra você, pra você, pra você
Eu me enfeito, é que eu sou todo feito de ser
E eu me deito por você, por você, por você

Eu acordo e esqueço dos casais
Não suporto morrer para nunca mais
Estou à beira de um colapso natural
Destruindo no amor meu sentimental

Foi um dia, um dia em que a chuva caiu
Sobre nós, sobre nós
E eu poderia trocar a vida pelos teus lençóis
Nesse dia, nesse dia em que a chuva caiu

Corto em lágrimas cada recordação
Dor que só faz latejar
O sol que brilha mais que antes brilhava
É brasa ardendo no meu caminhar

Eu me enfeito pra você, pra você, pra você
E agora para quê que eu hei de viver?
Eu me enfeito que é meu jeito perfeito de ser
Por você, pra você e com você.

19-09-2011

Farewell Song

There was this "once upon a time"
You know, you can't deny
The limits were just set
It couldn't have lasted

But if I try to scream
Oh if you could hear
Would it be easy...
Would you come back to me

I'd try again
I'd walk along
And I would tell you stories
About the unknown

Is that our end (just can't stand)
Is that time to say (goodnight, ok)
Who would have known
I wouldn't be strong

Who would have known
I couldn't be strong

I'd just feel alone.



18-09-2011