domingo, 4 de abril de 2010

O copo de água

Em um copo de água
Três amores

No primeiro gole, desvencilha-se de seu passado
E fere a si mesmo em gesto brusco
Sente o suor, a fadiga e o fôlego-
que gesticula, inunda em lágrimas
O fluido ainda pela metade

Mais um, dessa vez o gosto amargo,
inaugura o hábito
E a língua sua e suas mãos
tremem sujas, perde a capacidade
Falo

Copo vazio, o vento brada
xinga e as nuvens choram
Entornou na terra semi-aberta
pronta a lhe servir
cai-lhe o peso da cova

Foi e não volta mais.

(2010)

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