quinta-feira, 8 de abril de 2010

Abril

um começo ou dois, no fim das contas, a vida nasce e morre e tanto faz.

2010/Abril

xx

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lágrimas

mas você não parece me querer
então, vou me reservar aqui na sala escura
aqui dentro da minha mente cheia de papel
e vou dormir dentro de meus raios
em um canto onde só eu posso descansar

5-4-(2010)

xx

domingo, 4 de abril de 2010

Março

A peça do novo
Uma alegoria um tanto indiferente
Arbitrariamente pelas veias corre
Poesia ilegível, ingrata
Um tanto intangível
E me incompleta lentamente
Em uma espiral, uma escada
Uma cobra sobe virtuosa
Pronta a engolir minhas unhas, meus cabelos
Meus sapatos, minhas lâmpadas
A peça do novo
Um cobertor manchado e alguns outros fios
Um corpo que, arbitrariamente, foge
Longe e perto, e até muito perto
Um tanto imaculável
E me procura estranhamente
Em um poço de três baldes
Pronto pra tragar meus pés, meus braços
Meus dicionários, meus tornozelos
Minha única e desejada vitória
Perdida em qualquer canto

(2010)

xx

O copo de água

Em um copo de água
Três amores

No primeiro gole, desvencilha-se de seu passado
E fere a si mesmo em gesto brusco
Sente o suor, a fadiga e o fôlego-
que gesticula, inunda em lágrimas
O fluido ainda pela metade

Mais um, dessa vez o gosto amargo,
inaugura o hábito
E a língua sua e suas mãos
tremem sujas, perde a capacidade
Falo

Copo vazio, o vento brada
xinga e as nuvens choram
Entornou na terra semi-aberta
pronta a lhe servir
cai-lhe o peso da cova

Foi e não volta mais.

(2010)